Se você mora no Brasil ou gosta de viajar, a resposta provavelmente é sim!
Nosso país é uma área endêmica para dengue (lugar onde uma doença é comum) e essa doença tem crescido expressivamente nos últimos tempos em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de casos de dengue notificados no mundo aumentou mais de oito vezes nas últimas duas décadas, passando de 505.430 em 2000 para mais de 5,2 milhões em 2019, atingindo inclusive países da Europa e América do Norte. Nas Américas, cerca de 500 milhões de pessoas correm o risco de contrair dengue, e o número de casos na região também aumentou significativamente, passando de 1,5 milhão na década de 1980 para 16,2 milhões na década de 2010-2019.
A boa notícia é que dispomos de vacinas para se somar ao arsenal de proteção contra a dengue. A Dengvaxia®, fabricada pelo laboratório francês Sanofi Pasteur, foi a primeira a ser aprovada para uso no Brasil, no entanto, é recomendada somente para quem já foi infectado com o vírus da dengue e para pessoas entre 9 e 45 anos. Já a vacina Qdenga® (TAK-003), do laboratório japonês Takeda Pharma, aprovada esse ano para uso no Brasil, foi liberada no país para pessoas que já tiveram dengue e para aqueles que nunca entraram em contato com o vírus. A Qdenga® é indicada para a faixa etária de 4 a 60 anos e é aplicada em um esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações. Os eventos adversos mais comuns da vacina Qdenga® são sensibilidade no local da injeção (dor, vermelhidão e inchaço), fadiga, mialgia e mal-estar, febre e calafrios. No geral, os sintomas são brandos e de curta duração. Gestantes, lactantes e pessoas com problemas de imunidade não devem receber essa vacina.
Quais são os motivos desse aumento dos casos de dengue?
Uma das principais causas é a expansão do habitat dos mosquitos vetores da dengue, os Aedes aegypti e Aedes albopictus. Esses mosquitos se adaptam facilmente a diferentes ambientes e se reproduzem em locais com água parada, como pneus, vasos de plantas e caixas d’água. O aumento da urbanização, do desmatamento e as mudanças climáticas favorecem a proliferação desses insetos.
Outra causa é a falta de medidas eficazes de prevenção e controle da dengue. Muitos países não dispõem de recursos suficientes para realizar ações de vigilância epidemiológica, eliminação dos criadouros dos mosquitos, diagnóstico precoce e tratamento adequado dos casos.
Um terceiro motivo é a circulação de diferentes sorotipos do vírus da dengue. Existem quatro sorotipos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), que podem causar diferentes formas da doença, desde a mais leve até a mais grave. A infecção por um sorotipo confere imunidade permanente contra ele, mas não contra os demais. Assim, uma pessoa pode ter dengue mais de uma vez, aumentando as chances de desenvolver complicações.
E só a vacina basta?
É importante lembrar que para prevenir a dengue, além da vacina, é fundamental adotar medidas de controle do mosquito, como eliminar os criadouros de água parada, usar repelentes, telas e mosquiteiros, e evitar o horário de maior atividade do inseto, que é o início da manhã e o final da tarde. Outro ponto importante é que existem doenças transmitidas por mosquitos, incluindo o Aedes, para as quais não existem ainda vacinas, com Chikungunya e Zika.
A vacinação é uma forma de reduzir o risco de infecção e de formas graves da doença, mas não dispensa todas as outras medidas de prevenção.
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